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terça-feira, 8 de dezembro de 2015
Você pode fazer a diferença
Relata a Sra. Thompson que, no seu primeiro dia de aula, parou
em frente aos seus alunos da quinta série e, como todos os demais professores,
lhes disse que gostava de todos por igual.
No entanto, ela sabia que isto era quase impossível, já que na
primeira fila estava sentado um pequeno garoto chamado Teddy. A professora
havia observado que ele não se dava bem com os colegas de classe e, muitas
vezes, suas roupas estavam sujas e cheiravam mal.
Houve até momentos em que ela sentia prazer em lhe dar notas
vermelhas ao corrigir suas provas e trabalhos.
Ao iniciar o ano letivo, era solicitado a cada professor que
lesse com atenção a ficha escolar dos alunos, para tomar conhecimento das
anotações feitas em cada ano.
A Sra. Thompson só fez isso alguns meses depois que as aulas
tinham iniciado e deixou a ficha de Teddy por último. Mas, quando a leu foi
grande a sua surpresa. A professora do primeiro ano escolar de Teddy havia
anotado o seguinte:
Teddy é um menino brilhante e simpático. Seus trabalhos sempre estão em
ordem e muito nítidos. Tem bons modos e é muito agradável estar perto dele.
A professora do segundo ano escreveu: Teddy
é um aluno excelente e muito querido por seus colegas, mas tem estado
preocupado com sua mãe que está com uma doença grave e desenganada pelos
médicos. A vida em seu lar deve estar sendo muito difícil.
Da professora do terceiro ano constava a seguinte anotação: A morte de sua mãe foi um golpe
muito duro para Teddy. Ele procura fazer o melhor, mas seu pai não tem nenhum
interesse e logo sua vida será prejudicada se ninguém tomar providências para
ajudá-lo.
A professora do quarto ano escreveu: Teddy
anda muito distraído e não mostra interesse algum pelos estudos. Tem poucos
amigos e muitas vezes dorme na sala de aula.
A Sra. Thompson se deu conta do problema e ficou terrivelmente
envergonhada. Sentiu-se ainda pior quando lembrou dos presentes de Natal que os
alunos lhe haviam dado, envoltos em papéis coloridos, exceto o de Teddy, que
estava enrolado num papel marrom de supermercado.
Lembra-se de que abriu o pacote com tristeza, enquanto os outros
garotos riam ao ver uma pulseira faltando algumas pedras e um vidro de perfume
pela metade.
Apesar das piadas ela disse que o presente era precioso e pôs a
pulseira no braço e um pouco de perfume sobre a mão. Naquela ocasião, Teddy
ficou um pouco mais de tempo na escola do que o costume. Lembrou-se ainda, que
Teddy lhe disse que ela estava cheirosa como sua mãe.
Naquele dia, depois que todos se foram, a professora Thompson
chorou por longo tempo...
Em seguida, decidiu-se a mudar sua maneira de ensinar e passou a
dar mais atenção aos seus alunos, especialmente a Teddy..
Com o passar do tempo, ela notou que o garoto só melhorava. E
quanto mais ela lhe dava carinho e atenção, mais ele se animava.
Ao finalizar o ano letivo, Teddy saiu como o melhor da classe.
Um ano mais tarde a Sra. Thompson recebeu uma notícia, em que Teddy lhe dizia
que ela era a melhor professora que teve na vida.
Seis anos depois, recebeu outra carta de Teddy contando que
havia concluído o ensino médio e que ela continuava sendo a melhor professora
que tivera. As notícias se repetiram até que um dia ela recebeu uma carta
assinada pelo Dr. Theodore Stoddard, seu antigo aluno, mais conhecido como
Teddy.
Mas a história não terminou aqui. A Sra. Thompson recebeu outra
carta, em que Teddy a convidava para seu casamento e noticiava a morte de seu
pai.
Ela aceitou o convite e no dia do casamento estava usando a
pulseira que ganhou de Teddy anos antes, e também o perfume.
Quando os dois se encontraram, abraçaram-se por longo tempo e
Teddy lhe disse ao ouvido: Obrigado por acreditar em mim e me
fazer sentir importante, demonstrando-me que posso fazer a diferença.
Mas ela, com os olhos banhados em pranto, sussurrou baixinho: Você
está enganado! Foi você que me ensinou que eu podia fazer a diferença, afinal
eu não sabia ensinar até que o conheci.
* * *
Mais do que ensinar a ler e escrever, explicar matemática e
outras matérias, é preciso ouvir os apelos silenciosos que ecoam na alma do
educando.
Mais do que avaliar provas e dar notas, é importante ensinar com
amor, mostrando que sempre é possível fazer a diferença...
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